sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Provérbio Indígena

"Somente quando vir a última árvore derrubada
 O último animal extinto e o último rio poluído
 O homem verá que dinheiro não se come."

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um Jardim habitado.

Conhecer alguém aqui e ali
Que pensa e sente como nós,
E que embora distante,
Está perto em espírito,
Eis o que faz da terra
Um jardim habitado.

        Johann Wolfgang von Goethe

terça-feira, 5 de julho de 2011

A última vez

                                                 
A vida é cheia de surpresas. Sempre e a cada hora, minuto, milionésimos de segundos até mesmo, nos reserva algo insuspeitável.
Acho mesmo que nunca saberemos se teremos uma próxima vez de alguma coisa ou ato. Tudo pode ser a última vez. Não estou falando de coisas certas como a última fatia de queijo na sua geladeira. Falo do que poderia ser a última fatia de queijo da sua vida. A última vez de um churrasco de domingo, o último copo de vinho, o último pedaço daquele delicioso pudim, a última viagem, quer dizer, neste caso seria a penúltima. Apenas as viagens podem ser excluídas desta lista interminável.
            Acho que na vida tudo é uma eterna despedida. As horas inexoravelmente vão roubando nosso tempo, deixando-nos como que despidos numa encruzilhada. Não estou exagerando não! Tanto é que o que mais se ouve hoje da boca do povo é sua falta de tempo. Não tenho tempo pra isso, não tenho tempo para aquilo. Estão duvidando? Pois saibam que na região da Toscana existe um movimento relativo a estas questões temporais. Sim existe ali um “Banco do Tempo”, para ensinar as pessoas aproveitar melhor o seu tempo usando-o como uma espécie de moeda de troca.
Mas para não perder o foco do assunto inicial, -Não posso perder tempo –
Voltemos à “Última Vez”: Será que estou escrevendo algo pela última vez?
Entendemos que situações grandiosas como uma aventura, uma grande viagem (a viagem novamente) são coisas que normalmente se faz uma única ou poucas vezes na vida, seja por questão de tempo ou financeira, salvo nas novelas onde os personagens viajam por todo o mundo como se fossem ali na padaria da esquina. Mas tudo, de qualquer forma, é feito pela última vez.
            No simples fato de tomar um copo d’água existe a suspeita de que este seja o último de sua vida. Nada daquilo que passou - e quando falo nada é nada mesmo-, vai retornar do mesmo modo. Pode haver retornos, mas não serão os mesmos. A última vez não é o fim de tudo é apenas a vida que vai sendo arquivada num passado que embora recente está distante e inatingível. Então se não podemos voltar no tempo e não temos certeza do próximo segundo, me pergunto: Estamos ou não numa encruzilhada?   Acho a expressão latina “Carpe Dien*” bem apropriada àqueles que não vêem a vida ao seu redor. Aproveite a vida da melhor maneira possível. Aproveite seu tempo. Olhe pra você, mas não só pra você. Olhe mais ao seu redor, olhe para os seus filhos, pro seu amor, seus amigos, seu vizinho, sua rua. Olhe pro mundo onde está vivendo. Pode ser sua última vez.

          Beto Plucênio

Joinville 26, de junho de 2011.


*Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para “colha o dia ou aproveite o momento”. É também utilizada como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

domingo, 22 de maio de 2011

Dublin-Lisboa

Me perguntava enquanto andava
pela alameda de plátanos,
Se haveria lugar para sonhar

Distante da invasão imaginava os poetas
do grande continente do Norte
com suas estranhas e belas palavras,
E busquei nelas inspiração aos sonhos que tenho.

As flechas que zunem no ar
são arremessos de outros deuses
São deuses que não são eu.
E nem destes que se evocam nos ritos das dez da manhã.

A tortura que me causam é o que fermenta meu pensar
O que derrama em palavras é fruto de atos passados
O grande continente esconde tesouros,
E é deles que me sirvo.

Reforço meus atos que como reflexos cruzam espaços.
Eis aqui minhas palavras quase vazias,
Tentando retratar o passado em meu tempo

Beto Plucênio

quarta-feira, 23 de março de 2011

Omelette Espagnole

Em 20 minutos, com média dificuldade, você prepara este econômico e delicioso prato para 4 até pessoas.

terça-feira, 22 de março de 2011

As estações - By Beto Plucênio

              É certo que por aqui passei e nada vi.
              A câmera pulsava,
              Rogava pela paisagem.

              Através do olhar humano,
              Se fez seu olhar. 
              Não, não do humano que lá estava.

              A criação do homem,
              Transforma o meio.
 








    
 
O tempo e suas ações divertindo nossos olhares.

Edifício Coliseu e a paineira no centro de Porto Alegre-RS

segunda-feira, 21 de março de 2011

Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

                                  Raimundo Correia

sexta-feira, 18 de março de 2011

O TEMPO - By Beto Plucênio

E assim em Nínive

“Sim sou um poeta e sobre a minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.

“Vê! Não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais alma e mais arte do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou um poeta e sobre a minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.

“Não é Raana que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho.”


Ezra Poud – Antologia poética
Transcriação de Antonio Cícero

Ezra Weston Loomis Pound, músico, poeta e crítico americano.
Nasceu em Hailey, Idaho EUA em 30 de out de 1885
Morreu em Veneza, Itália em 1º de Nov de1972



Votos Partidos - James Joyce

Era tarde a noite passada.
O cão falava de você
O pássaro cantava no pântano
Falava de você
Você é o pássaro solitário na floresta
Que você fique sem companhia até achar-me
Você prometeu e mentiu
Disse que estaria junto a mim
Quando os carneiros fossem arrebanhados
Eu assoviei e gritei cem vezes e não achei nada lá
A não ser uma ovelha balindo
Você prometeu-me algo difícil
Um navio de ouro sob um mastro prateado
12 cidades e um mercado em todas elas
E uma branca e bela praça a beira mar
Você prometeu algo impossível
Que me daria luvas de pele de peixe
E sapatos de pele de ave
E roupa da melhor seda da Irlanda
Minha mãe disse pra não falar com você
Nem hoje, nem amanhã, nem domingo
Foi um mau momento para dizer-me isso
Como trancar a porta após a casa arrombada.
Você tirou o leste de mim
Tirou o oeste de mim
Tirou o que existe a minha frente,
Tirou o que há atrás
Tirou a lua, tirou o sol de mim
E meu medo é grande
Você tirou Deus de mim

                   James Joyce (Do filme os Vivos e os Mortos)




A Queda - By Beto Plucênio

sexta-feira, 11 de março de 2011

Globe-trotter - By Beto Plucênio

                         

                  
                       Mato Grosso, Corumbá.
                       Indochina, Conchinchina

                       Abaporu portenho
                       De onde sou? Não sei!
                       Nem mesmo bagagem tenho

                       Sou daqui, de acolá.
                       Meu lugar no ar no mar
                       Indonésia, Paquistão, Calcutá.

A MAIS MERIDIONAL DAS CAPITAIS BRASILEIRAS

                        Porto Alegre, numa manhã de inverno, vista por uma ótica pouco cotidiana.

        O lago Guaíba que até bem pouco tempo era tido como um rio ainda gera polêmica na comunidade cientifica quanto a esta característica.
        E então? O Guaíba é Rio ou Lago?

http://www.popa.com.br/docs/cronicas/rio_guaiba_Contestacao_ampla_5-04_ilustrada.htm

Andrômeda